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Mosteiro de Pombeiro acolhe exposição dedicada a Manuel de Faria e Sousa

O Mosteiro de Santa Maria de Pombeiro em Felgueiras vai acolher entre 15 e 29 de março, a exposição comemorativa do 430.º aniversário do nascimento de Manuel de Faria e Sousa. A inauguração está marcada para dia 15 pelas 16:30 horas, sendo apresentada José Valle de Figueiredo, professor, poeta e crítico literário. Pode visitar gratuitamente a exposição, de quarta-feira a domingo entre as 10 horas e as 18 horas.

Esta é uma organização da Rota do Românico e da Câmara Municipal de Felgueiras, com o apoio da Direção Regional de Cultura do Norte e da Paróquia de Pombeiro.

Sobre Manuel de Faria e Sousa
Nasceu na quinta do Souto, em Pombeiro de Ribavizela, Felgueiras, a 18 de março de 1590.

Com os monges beneditinos de Pombeiro aprendeu as primeiras letras. Embora os pais pretendessem que ele seguisse a vida religiosa – motivo que o levou a estudar em Braga e, mais tarde, a viver no Porto como secretário de D. Gonçalo de Morais, bispo da diocese –, Faria e Sousa ambicionava outro rumo para a vida.

Em 1614, casa com Catarina Machado. Passados quatro anos, deixa a cidade do Porto e vai viver, com a mulher e filhos, para Pombeiro, para junto de seus pais, na quinta da Caravela, dedicando-se à agricultura e à leitura.

Conhecendo as suas qualidades intelectuais, Pedro Álvares Pereira, conde de Muge, que era secretário do Conselho de Estado de Filipe III de Espanha, convidou-o para seu secretário. Com 29 anos de idade, Faria e Sousa parte para Madrid. Exerceu o cargo até 1622, data em que o conde de Muge morreu. Sem trabalho em Madrid, regressa a Portugal. De imediato, foi requisitado pelo marquês de Castelo Rodrigo, para escrever a sua história genealógica.

A 11 de outubro de 1631, segue para Roma para ocupar o cargo de secretário da embaixada do reino junto do papa Urbano VIII.

A 28 de junho de 1634, regressa a Madrid, onde foi preso por suspeita de conspiração contra a monarquia Filipina. Considerado inocente, é posto em liberdade, mas com residência fixa em Madrid. Nunca mais voltou a Portugal.

Morreu a 3 de junho de 1649, sendo sepultado em Madrid.

A 6 de setembro de 1660, os seus restos mortais foram transladados para a igreja de Pombeiro. As ossadas foram colocadas junto do altar do Cristo Crucificado. Frei Bento da Ascensão mandou esculpir, entre os anos de 1719 e 1728, o epitáfio que se encontra no seu sepulcro. Posteriormente, quando renovaram o pavimento, a pedra sepulcral foi mudada para junto do púlpito, do lado da Epístola, onde se encontra atualmente.

O escritor possuía uma vastíssima erudição. Conquanto se tenha dispersado por diversos géneros literários, a historiografia e a poesia foram aqueles em que mais se empenhou.

Como historiador, foi sua intenção redigir uma história geral de Portugal. O volume Epitome de las historias portuguesas, de 1628, marca o começo do projeto, seguindo-se os volumes dedicados à Asia, à Europa, à Africa e à America portuguesa.

Faria e Sousa foi um devoto camonista. Ele desejava que o autor d’Os Lusíadas não fosse um vulto indeciso, mas uma figura incontestável para servir de modelo ao povo português.

Manuel de Faria e Sousa foi um dos portugueses mais eruditos de seiscentos.